Definição e importância do problema

Define-se policitémia no recém-nascido (RN) como a verificação de hematócrito (Ht) ou concentração de hemoglobina (Hb) superior a 2 desvio-padrão para a idade gestacional e idade pós-natal. No RN de termo considera-se policitémia se se verificar hematócrito venoso >65% ou Hb >22 g/dL.

Trata-se dum problema clínico cuja incidência, conforme diversas séries, variando entre 0,4% e 5%, é mais elevada em recém-nascidos de risco (com restrição de crescimento intrauterino, pós-termo, antecedentes de diabetes materna na gravidez/RN de mães diabéticas, tabagismo materno, e de hipoxémia crónica intrauterina) e naqueles com antecedentes de gravidez em locais de grande altitude (superior a 1.000 metros). A incidência é menor em situações de prematuridade, sobretudo com <34 semanas.

As principais implicações clínicas da policitémia decorrem da hiperviscosidade sanguínea comprometendo o débito sanguíneo e oxigenação tecidual, e predispondo à estase e formação de trombos ao nível da microcirculação em diversos territórios.

Estes eventos têm particular relevância ao nível do córtex cerebral, suprarrenais e rins.

Etiopatogénese

A policitémia neonatal, de etiopatogénese multifactorial, integra fundamentalmente dois grupos, a que correspondem outros tantos mecanismos:

  • Policitémia activa, na dependência da eritropoiese intrauterina, por acção da eritropoietina fetal em resposta a hipóxia fetal e/ou a insuficiência placentar (por ex. em situações de restrição de crescimento fetal, hipertensão arterial, diabetes materna, tabagismo, etc.);
  • Policitémia passiva, secundária a transfusão sanguínea para o feto (feto-fetal ou materno-fetal), asfixia perinatal ou laqueação do cordão umbilical superior a 30 segundos; no RN de termo, a causa mais frequente é a laqueação tardia do cordão.

Situações como trissomias 13, 18 e 21, hipotiroidismo, tireotoxicose, hiperplasia congénita da suprarrenal, síndroma de Becwith-Wiedemann, também podem cursar com policitémia neonatal.

Nota importante

A questão relacionada com o tempo pós-parto em que se deve proceder à clampagem/ laqueação do cordão é controversa, variando conforme diversos autores, o conceito de “tardia”. Classicamente tem-se considerado norma corrente proceder à laqueação 30 segundos após o parto completo. De acordo com as normas de orientação veiculadas pelo ILCOR (International Liaison Committee on Resuscitation) e a American Heart Association (AHA), datadas de 2015, nos RN com boa adaptação à vida extrauterina, não necessitando de reanimação, a laqueação não deverá realizar-se antes de 1 minuto/ 60 segundos. Os respectivos peritos realçam que: 1) a laqueação antes da primeira respiração pode originar bradicárdia coincidindo com diminuição do débito cardíaco; 2) nos RN pré-termo com boa adaptação à vida extrauterina com tal procedimento (laqueação não antes de 1 minuto) evidenciam maior estabilidade hemodinâmica, têm menor necessidade de inotrópicos e ficam mais enriquecidos em reservas de ferro. (ver atrás capítulo sobre reanimação do RN)

A policitémia acompanha-se frequentemente de hiperviscosidade sanguínea: verifica-se uma correlação linear entre tais parâmetros para valores entre 42 e 65%, e exponencial para valores superiores a 65%. Contudo, os dois termos não são sinónimos. Hiperviscosidade é definida como viscosidade sanguínea superior a 12 cP (centipoise), medida a uma velocidade de corte de 11,5/seg.

A policitémia depende:

  • Do número de eritrócitos (em relação, por ex. com eritropoiese activa);
  • Da diminuição do volume plasmático (por ex. em relação com desidratação); ou,
  • De ambos os factores (por ex. situações de restrição do crescimento fetal).

O hematócrito depende:

  • Do local da colheita de sangue (o hematócrito colhido em sangue capilar pode ser até 15% superior ao obtido através de colheitas em sangue venoso), sendo que não se verifica discrepância significativa entre os valores do hematócrito obtidos no sangue venoso central e no sangue arterial;
  • Da técnica utilizada [o valor determinado por analisador automático (método de Coulter, que calcula o hematócrito a partir da concentração de hemoglobina e volume globular médio) é inferior ao encontrado por microcentrifugação];
  • Da idade pós-natal do recém-nascido o hematócrito tem um “pico” às 2 horas de vida (valores normais até 71%) e desce gradualmente a partir das 6 horas de vida, estabilizando pelas 12 a 24 horas. Estas variações estão relacionadas com a transudação de fluidos do espaço intravascular.

A viscosidade sanguínea (aplicando ao sangue a definição de Poiseuille: relação entre as forças de atrito das partículas circulantes e a velocidade do fluxo sanguíneo num vaso) depende não só, do hematócrito, volume eritrocitário, diâmetro do vaso sanguíneo, deformabilidade dos eritrócitos (quanto maior volume e menor deformabilidade, maior viscosidade), número e volume leucocitários, mas igualmente dos lípidos e proteínas no plasma (especialmente fibrinogénio), das plaquetas, e de factores endoteliais. Recorda-se, a propósito, que os eritrócitos do RN (com macrocitose fisiológica, própria da idade) são menos deformáveis, o que predispõe a estase na microcirculação.

Na prática clínica utiliza-se o valor do hematócrito como representativo da viscosidade sanguínea, uma vez que o aparelho para determinar a viscosidade sanguínea (viscosímetro) não existe na maioria das unidades de recém-nascidos. A hiperviscosidade sanguínea poderá condicionar deficientes perfusão microcirculatória e oxigenação em diversos órgãos e sistemas.

No sistema cardiopulmonar verifica-se diminuição do débito cardíaco resultante da diminuição do volume de ejecção e da frequência cardíaca; com valores de hematócrito superiores a 70% verifica-se que a pressão da artéria pulmonar iguala a pressão sistémica. A ocorrência de cianose e taquicárdia foi reportada em menos de 15% dos estudos.

Sinais respiratórios, incluindo taquipneia (relacionados com aumento da resistência vascular pulmonar e diminuição do fluxo sanguíneo pulmonar), ocorrem em menos de 5% dos RN com policitémia.

No sistema gastrintestinal a sintomatologia mais comum inclui dificuldade alimentar e vómitos. A redução do fluxo sanguíneo tem sido associada a um maior risco de enterocolite necrosante; contudo, a exsanguinotransfusão parcial parece ser o factor de risco mais importante (sobretudo se realizada através de cateter venoso umbilical), e não a policitémia só por si.

A circulação entero-hepática dos ácidos biliares e a função exócrina pancreática também podem ser afectadas durante os primeiros dias de vida.

No sistema renal comprova-se diminuição da taxa de filtração glomerular, do débito urinário e da excreção urinária do sódio, o que parece estar rela­cionado com diminuição do fluxo plasmático renal, traduzindo provavelmente, uma resposta fisiológica do rim no sentido de retenção de água e sódio.

No sistema nervoso central demonstrou-se diminuição do fluxo sanguíneo cerebral com aumento da resistência vascular, o que compromete a libertação do oxigénio aos tecidos irrigados. Esta relação de causa-efeito não está, no entanto, demonstrada, admitindo-se que possa estar relacionada, mais com o factor etiológico da policitémia do que com a policitémia propriamente dita. Para além disso, estudos recentes demonstraram que esta diminuição do fluxo sanguíneo cerebral associada à policitémia é uma resposta fisiológica não condicionando isquémia cerebral.

Como consequência do maior consumo de glucose pelo eritrócito, a hipoglicémia poderá ocorrer em proporção variável, até 40% dos casos.

Nos RN de mãe diabética, com policitémia/ hiperviscosidade, concomitantemente com a formação de microtrombos, tem sido comprovada diminuição dos factores antagonistas da coagulação e diminuição do cálcio no sangue (hipocalcémia) por maior consumo em relação com o referido processo da coagulação.

A trombocitopénia associada a policitémia tem sido explicada pela diminuição de produção relacionada com hipóxia tecidual, associada a aumento de consumo e destruição.

Por outro lado, como resultado do incremento da destruição eritrocitária, é frequente surgir hiperbilirrubinémia.

Manifestações clínicas

Na maioria dos casos, a policitémia é assintomática. As manifestações clínicas (em geral nas primeiras 12 horas de vida, inespecíficas e por vezes subtis) dependem do grau de hiperviscosidade e das consequências da diminuição da perfusão tecidual em vários sistemas como SNC, renal e cardiorrespiratório. Muitas vezes, as referidas manifestações são secundárias a alterações metabólicas acompanhantes tais como hipoglicémia e hipocalcémia.

Pela anamnese perinatal poderão ser identificadas situações de base como as que são descritas no Quadro 1.

QUADRO 1 – Factores etiológicos de policitémia.

Policitémia activaPolicitémia passiva
Hipóxia fetal crónica
Restrição do crescimento fetal
Pré-eclâmpsia
Anomalias cromossómicas (trissomia 13, 18 e 21)
Diabetes materna
Síndroma de Beckwith-Wiedemann
Laqueação tardia do cordão
Transfusão feto-fetal
Transfusão materno-fetal

Na sua forma típica, o RN está pletórico ou com eritrocianose, sendo mais frequentes: letargia, irritabilidade, tremores, taquipneia e dificuldade alimentar. Os sinais mais frequentes são hiperbilirrubinémia (1/3 dos casos), cianose/ apneia (<10%), dificuldade/ intolerância alimentar (17%) e hipoglicémia (12-40%).

No Quadro 2 estão sintetizadas as manifestações clínicas mais típicas, em relação com a repercussão da hiperviscosidade em diversos territórios.

QUADRO 2 – Manifestações clínicas da hiperviscosidade.

Sistema Nervoso Central
Letargia, irritabilidade, tremores, hipotonia, convulsões, alterações da sucção, trombose do seio venoso (muito rara) e sequelas neurológicas tardias.

Cardiorrespiratórias
Taquipneia, taquicárdia, cardiomegália, congestão vascular pulmonar, derrame pleural, apneia.

Renais
Diminuição da taxa de filtração glomerular, diminuição do débito urinário, diminuição da excreção urinária, proteinúria, hematúria por lesão tubular.

Metabólicas
Hipoglicémia, hipocalcémia, hipomagnesiémia, hiperbilirrubinémia.

Hematológicas
Trombocitopénia, diminuição de factores antagonistas da coagulação, provavelmente secundária à asfixia.

Gastrintestinais
Intolerância alimentar, enterocolite necrosante.

Exames complementares

Uma vez que o viscosímetro somente está disponível em raros centros, o diagnóstico baseia-se na determinação do hematócrito em sangue venoso. Este parâmetro deverá ser realizado em RN com sinais sugestivos e/ou com factores predisponentes de policitémia e valor de hematócrito capilar >65% (se possível, determinado por microcentrifugação):

  • RN leves para a idade gestacional;
  • RN grandes para a idade gestacional;
  • Gémeos monocoriónicos;
  • RN de mães diabéticas;
  • RN com história de restrição do crescimento fetal;
  • RN com quadro sugestivo de policitémia/ hiperviscosidade (clínica inespecífica).

Antes de se considerar o diagnóstico de policitémia, deverá ser excluída desidratação, com eventual correcção e posterior reavaliação do hematócrito.

Em função do contexto clínico (anamnese, factores de risco, sinais clínicos, etc.) poderão estar indicados outros exames complementares:

  • Sanguíneos (tais como contagem de plaquetas, pH e gases no sangue, glucose, cálcio, ionograma, bilirrubina total e directa);
  • Urinários (densidade e sedimento);
  • Imagiológicos (radiografia do tórax e ecografia transfontanelar se existirem alterações cardiorrespiratórias e neurológicas, respectivamente).

Tratamento

Em todos os recém-nascidos com policitémia, o clínico deverá estar alertado para possíveis sinais cardiovasculares e neurológicos, assim como monitorizar eventuais complicações associadas, como a hipoglicémia e hiperbilirrubinémia.

A abordagem da policitémia depende da presença de sinais clínicos e/ou do valor absoluto do hematócrito. (Consultar algoritmo)

Figura 1- Actuação nos casos de suspeita de policitemia

Recém-nascidos sintomáticos

O tratamento definitivo da policitémia consiste na exsanguinotransfusão parcial (ETP) isovolumétrica, com remoção de parte da volémia e substituição por fluidos, de modo a diminuir o hematócrito para valores de cerca de 55%, sem causar hipovolémia.

O volume de sangue a retirar é geralmente 15 a 20 mL/kg, podendo ser calculado através da fórmula:

Volume de troca (mL) =
Volémia x (Ht observado – Ht desejado) / Ht observado [Ht <> Hematócrito]

 Volémia: 80-90 mL/kg em recém-nascidos de termo e 90-100 mL/kg em recém-nascidos prematuros.

A ETP pode ser realizada através de um acesso vascular periférico (no qual o sangue é retirado por uma linha arterial periférica e substituído por fluidos administrados em veia periférica) ou central (o sangue é retirado através da veia umbilical e substituído por fluidos através de uma veia periférica ou da veia umbilical).

O sangue retirado poderá ser substituído (de forma contínua ou em trocas parcelares de 10-15 mL/kg) por cristalóides, geralmente soro fisiológico.

Recém-nascidos assintomáticos

A abordagem dos recém-nascidos assintomáticos depende do valor de hematócrito.

Em recém-nascidos assintomáticos, com valor de hematócrito >75%, a abordagem é sobreponível à dos recém-nascidos sintomáticos.

Em recém-nascidos assintomáticos, com valor de hematócrito entre 70 e 75%, a abordagem inicial é conservadora, com aumento do suprimento de fluidos, geralmente 20 mL/kg adicionais relativamente às necessidades hídricas diárias habituais; podem ser administrados por via entérica ou parentérica.

É fundamental a vigilância clínica e monitorização dos sinais clínicos de policitémia, com reavaliações seriadas do hematócrito.

Em recém-nascidos assintomáticos, com valor de hematócrito entre 65 e 70%, deve providenciar-se uma vigilância clínica rigorosa, traduzida essencialmente em monitorização dos sinais clínicos de policitémia, com avaliações seriadas do hematócrito.

Prognóstico e complicações

Nos recém-nascidos policitémicos e assintomáticos, o prognóstico é bom.

Nos recém-nascidos sintomáticos, a ETP corrige as alterações fisiopatológicas associadas à síndroma de hiperviscosidade, promovendo a melhoria do fluxo sanguíneo cerebral, da perfusão capilar e da função cardíaca. No entanto, existe escassez de provas científicas quanto à verdadeira eficácia de tal procedimento no que respeita à melhoria do prognóstico a longo prazo, designadamente à diminuição de sequelas neurológicas (anomalias motoras e epilepsia). Contudo, a evolução e morbilidade associadas dependem também dos factores predisponentes da policitémia, como por exemplo a hipóxia fetal. Com efeito, esta possibilidade pode explicar o escasso efeito a longo prazo da ETP nalguns casos de policitémia sintomática.

Após a alta hospitalar, os lactentes com antecedentes de policitémia sintomática e/ou submetidos a ETP deverão ser avaliados periodicamente em regime ambulatório.

O Quadro 3 sintetiza algumas complicações e sequelas da síndroma policitémia/ hiperviscosidade, sendo que por vezes é difícil distinguir entre sintomatologia do quadro propriamente dito e complicações.

QUADRO 3 – Complicações e sequelas descritas na síndroma policitémia/ hiperviscosidade.

    • Sequelas neurológicas
    • Insuficiência cardíaca congestiva
    • Enfarte testicular
    • Priapismo
    • Retinopatia
    • Enterocolite necrosante
    • Íleo paralítico
    • Insuficiência renal aguda
    • Trombose da veia renal

Prevenção

As medidas preventivas de ordem geral implicam uma correcta vigilância pré-natal, detectando e corrigindo os factores de risco de hipoxémia e de crescimento fetais, quer em termos de restrição, quer em termos de hipercrescimento (macrossomia).

No âmbito dos procedimentos durante o parto, chama-se a atenção, de acordo com o que antes foi referido, para o tempo de laqueação do cordão umbilical e para a importância do plano em que o recém-nascido é colocado no pós-parto imediato (superior ao do períneo materno, com menor probabilidade de transfusão placento-fetal, ou inferior, com maior probabilidade de transfusão).

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