Definição e aspectos epidemiológicos

As leucemias podem ser definidas como um grupo de doenças malignas provocadas por anomalias genéticas de células precursoras hematopoiéticas, do que resulta proliferação clonal anárquica, com diferenciação e maturação anormais (clone leucémico). Poderá tratar-se de uma célula precursora hematopoiética da linhagem linfóide, T ou B (leucemia linfoblástica aguda, LLA T ou LLA B), ou da linhagem mielóide (leucemia mieloblástica aguda, LMA).

As células que constituem o clone leucémico têm uma taxa aumentada de proliferação e uma taxa diminuída de apoptose espontânea, o que leva a disfunção e falência da medula óssea.

As leucemias agudas (LA) representam cerca de um terço das neoplasias da criança.

Cerca de três quartos das leucemias das crianças são linfoblásticas agudas, sendo as restantes mieloblásticas agudas. As leucemias mielóides crónicas são muito raras na criança. As leucemias linfocíticas crónicas não se verificam.

A incidência anual de novos casos de leucemia aguda nos países ocidentais é cerca de 40 por milhão de crianças com menos de quinze anos. No nosso País estima-se que haverá cerca de 60 a 70 casos novos por ano. Destes, aproximadamente 50 serão leucemias linfoblásticas agudas.

O gráfico que integra a Figura 2 do capítulo 128 mostra a casuística do Serviço de Pediatria do IPOFG de Lisboa referente a 3 anos.

A LLA tem um pico de incidência máximo entre os 2 e os 4 anos, que corresponde a uma forma particular de leucemia com características fenotípicas (linhagem B, CALLA +) e de quimiossensibilidade particulares, que lhe conferem um bom prognóstico. São menos frequentes antes ou depois deste grupo etário. No adolescente, a LLA de linhagem T é mais habitual. Pelo contrário, no lactente predomina a LLA de linhagem B muito indiferenciada e, em regra, de mau prognóstico.

A LMA tem um pico de incidência ao longo dos dois primeiros anos de vida, altura em que é quase tão frequente como a LLA, tornando-se depois menos frequente (15 a 25% das LA), e só voltando a aumentar de frequência na adolescência.

Etiopatogénese

O capítulo dedicado ao Ambiente e Genética resume os conhecimentos actuais sobre a oncogénese em geral, referindo os aspectos particulares relacionados com as leucemias. Como foi aí referido, para a generalidade das neoplasias e também para a generalidade das leucemias não há uma causa identificada. Em situações muito pontuais, identificam-se certos agentes microbianos víricos, químicos, e radiações ionizantes, bem como alterações genéticas, que se encontrarão envolvidos na génese das leucemias.

A proliferação incontrolada do clone leucémico num espaço fechado (como é aquele em que está contida a medula óssea), a sua incapacidade de diferenciação e maturação em células hematopoiéticas normais, e a disseminação por via sanguínea com fixação noutros orgãos, traduzem-se nas manifestações típicas das leucemias agudas descritas a seguir.

Manifestações clínicas e exames de imagem nas LA

As manifestações clínicas das LA são, fundamentalmente:

  • Dor: tipicamente nos ossos longos ou na região lombar (corresponde à localização da medula óssea). A criança tem alguma dificuldade em a localizar com precisão. Não está relacionada com os movimentos e as articulações não apresentam, em regra, sinais inflamatórios. Por vezes é incapacitante e pode ser a única manifestação durante algum tempo, levando ao diagnóstico diferencial com doenças reumáticas.
  • Diátese hemorrágica: é a tradução clínica da trombocitopénia; valores plaquetários inferiores a 10.000/mm3 são responsáveis por hemorragias nas mucosas oral e/ou nasal (gengivorragia e/ou epistaxe); valores entre 10000 e 50000/mm3, por petéquias (pequenas hemorragias punctiformes de origem capilar), equimoses (hemorragias multipetéquiais) e hematomas (hemorragias volumosas) intramusculares ou subcutâneos.

Por vezes, outras causas podem associar-se a este mecanismo de hemorragia, tornando a etiologia da diátese mais complexa, como a falência hepática por infiltração leucémica, ou a libertação pelas células neoplásicas de proteínas com actividade anticoagulante, como sucede nalgumas formas particulares de LMA, em especial a leucemia promielocítica (LMA M3). (*) Nestes casos, o início da quimioterapia, com destruição maciça dos promieloblastos e libertação destas proteínas, pode originar uma diátese hemorrágica devastadora.

* M3, M4, M5 (ver explicação adiante)

  • Anemia: traduz uma progressiva diminuição do número de glóbulos vermelhos e da hemoglobina por falência de produção. Manifesta-se por palidez da pele e mucosas, taquicardia, tonturas, etc.. De referir que os valores de hemoglobina encontrados são, por vezes, muito baixos (3 ou 4 g/dL) mas relativamente bem tolerados, devido à lenta instalação da anemia.
  • Febre, em regra não muito elevada, está relacionada com os mecanismos fisiopatológicos da leucemia: libertação de pirogénios pelos blastos ou pelos macrófagos e linfócitos que procuram controlar o clone leucémico. Desaparece com o início do tratamento. No entanto, pode ser consequência de infecção, facilitada pela redução do número de leucócitos normofuncionantes. 
    Na verdade, muitas crianças podem ter, como uma das primeiras manifestações da doença, infecções recorrentes ou de evolução arrastada, mais habitualmente do foro ORL, que respondem mal à antibioticoterapia.
  • Organomegália que traduz a infiltração de vários órgãos pelos blastos circulantes: hepatomegália; esplenomegália; e adenomegálias (gânglios linfáticos maiores que 1 cm) localizadas ou generalizadas, e de dimensões variáveis, são encontradas com frequência no exame objectivo da criança. Numa radiografia do tórax pode encontrar-se uma massa mediastínica, o que é muito sugestivo de LLA de fenótipo T, mais habitual no adolescente do sexo masculino. Tal traduz infiltração do timo ou dos gânglios linfáticos dos hilos pulmonares.
    Nas LMA não é raro haver infiltração cutânea inicial pelas células neoplásicas (leucemia cutis). Esta infiltração também se pode encontrar nas LLA, mas em formas terminais.
  • Cloromas: são massas tumorais de tamanho variável que se encontram com relativa frequência nas LMA, principalmente de tipo M4 e M5 (ver adiante – classificação das LMA). Localizando-se preferencialmente na região periorbitária ou ao longo da coluna vertebral, podem então originar manifestações neurológicas. Algumas vezes, estes cloromas precedem o diagnóstico de leucemia, tendo sido descritos em crianças ainda antes de haver envolvimento da medula óssea.
    Ainda nas LMA M4 ou M5, pode haver hiperplasia gengival por infiltração.
  • SNC: encontra-se igualmente atingido, muitas vezes, no início da doença pela migração dos blastos que, por via sanguínea, se vão fixar preferencialmente na pia-máter. O número de células neoplásicas é, no entanto, insuficiente para originar sintomas na generalidade dos casos. É a chamada doença subclínica do SNC. Mas se houver infiltração maciça, particularmente a partir dos plexos coroideus, especialmente ricos em vasos sanguíneos, podem surgir sinais de hipertensão intracraniana, tais como cefaleias e vómitos, ou sinais neurológicos focais.
  • Exames de imagem, como a ecografia ou a tomografia axial computadorizada mostram igualmente que outros órgãos como os rins ou os ovários estão frequentemente infiltrados no início da doença, apresentando-se de dimensões aumentadas.
    No sexo masculino, embora raramente, pode detectar-se, no início da doença, aumento do volume testicular que é indolor, sem sinais inflamatórios, sendo os testículos de consistência dura.

Diagnóstico das LLA

O hemograma revela alterações sugestivas: anemia normocítica e normocrómica; quase sempre trombocitopenia; e leucopénia ou leucocitose. O exame do esfregaço do sangue periférico pode mostrar a existência de blastos circulantes. Por vezes, em cerca de 10% dos casos, não há alterações significativas no hemograma.

O diagnóstico é feito a partir de colheita de medula óssea, em geral numa crista ilíaca. As células assim obtidas são sujeitas a exame morfológico e citoquímico usando os corantes clássicos, a tipagem imunológica através de painéis de anticorpos monoclonais, a estudos de genética convencional para determinação de alterações no número e estrutura dos cromossomas e, mais modernamente, a estudos de genética molecular, mais sensíveis e específicos que os anteriores.

Assim, é possível diagnosticar uma leucemia se o número de blastos na medula óssea for superior a 30% da celularidade totale classificá-la recorrendo aos estudos morfológicos e imunológicos, de acordo com a linhagem afectada (linfoblástica, de linhagem B ou T). As alterações genéticas encontradas, quer em cariótipo convencional, quer em genética molecular, confirmam o diagnóstico, já que muitas são específicas de um tipo de leucemia e estabelecem, também, o prognóstico. Por exemplo, um clone leucémico hiperdiplóide, em que o número de cromossomas é superior a 50, é particularmente sensível à quimioterapia com citostáticos do grupo dos antimetabólitos, sendo de bom prognóstico. Por outro lado, o achado da translocação (t) (9; 22), o chamado cromossoma de Philadelphia, a que corresponde a fusão molecular BCR-ABL, indica só por si, a necessidade de recorrer a transplantação de medula óssea (TMO) uma vez obtida a remissão, já que os resultados obtidos com quimioterapia convencional são maus. Da mesma forma a t (4;11) com alterações envolvendo o gene MLL, frequentemente encontrada em lactentes com LLA, implica um prognóstico ominoso, que não parece sequer melhorar com TMO. Ao invés, a t (12;21) envolvendo os genes TEL-AML1 parece conferir à LLA, pelo menos com alguns protocolos de quimioterapia, um prognóstico mais favorável.

Diagnosticada a leucemia, torna-se imprescindível detectar a existência de blastos no SNC, um dos factores prognósticos mais importantes, o que se consegue por exame morfológico, citoquímico e, se necessário, imunológico, das células encontradas no liquor após centrifugação. Em geral, não há blastos detectáveis. Um número de blastos superior a cinco por campo implica pior prognóstico e obriga a uma terapêutica mais intensiva para obtenção de melhores resultados. Este achado é mais frequente em adolescentes do sexo masculino com LLA de fenótipo T, ou em lactentes com LLA hiperleucocitária de linhagem B muito indiferenciada. O achado de um número de blastos inferior a cinco por campo tem actualmente um significado não totalmente compreendido, dividindo-se os centros oncológicos sobre a necessidade de intensificar ou não o tratamento.

Tratamento das LLA

O tratamento das LLA é uma história de sucesso que se foi construindo ao longo dos últimos cinquenta anos. Actualmente é possível curar cerca de 85% das crianças com LLA.

Os protocolos de quimioterapia, com algumas variações subtis, compreendem uma fase inicial de indução de remissão que dura cerca de um mês. No final, a criança deve estar assintomática, com observação normal, e com percentagem de blastos inferior a 5% na medula óssea. Seguem-se uma fase de terapêutica profiláctica do SNC, uma fase de intensificação/consolidação, e um período final de manutenção. Globalmente, a terapêutica dura cerca de dois anos.

Muito esquematicamente, a evolução da terapêutica ao longo dos anos, até à obtenção dos excelentes resultados actuais, foi a seguinte:

  • no final de década de 40, iniciaram-se as primeiras tentativas terapêuticas com citostáticos em monoterapia, tendo o pediatra Farber, em Boston, obtido pela primeira vez uma remissão de curta duração usando um antimetabólito, a aminopterina;
  • na década de 50, foram induzidas associações de fármacos: antimetabólitos, vincristina, prednisolona e asparaginase. As remissões obtidas eram mais longas, mas a doença recidivava passados alguns meses, sendo metade das recidivas a nível do SNC;
  • iniciou-se então, na década de 60, a terapêutica profiláctica do SNC com radioterapia crânio-encefálica e do neuro-eixo numa primeira fase e, posteriormente, apenas craniana, associada a quimioterapia intratecal, o que permitiu a redução do número de recidivas no SNC para cerca de 5%;
  • na década de 70, utilizavam-se sistematicamente esquemas terapêuticos com indução, profilaxia do SNC e manutenção. Surgiu a definição de grupos de risco, percebendo-se que a doença não tinha sempre a mesma gravidade. Estes grupos baseavam-se, principalmente, em critérios clínicos, como a idade e a organomegália, e em critérios laboratoriais, como o número de leucócitos iniciais, e a classificação imunológica, ainda que rudimentar, dos blastos;
  • na década de 80, aperfeiçoaram-se os critérios que definem estes grupos de risco, principalmente com os progressos na classificação imunológica do clone leucémico e, posteriormente, com o advento da biologia molecular.

À definição destes grupos de risco corresponde uma adaptação da intensidade da quimioterapia, de forma a obter os melhores resultados com a menor toxicidade. Na década de 90, ensaiaram-se métodos imunológicos e genéticos para detecção da doença mínima residual em fases determinadas do tratamento, procurando determinar o seu significado prognóstico.

Assim, actualmente, após o diagnóstico é imprescindível definir o grupo de risco do doente, o qual condicionará a escolha da terapêutica.

Em linhas gerais, consideram-se de alto risco:

  • os grupos etários inferiores a 1 ano, ou superior a 10 anos; – a LLA de linhagem T; – a LLA de linhagem B com mais de 50.000 glóbulos brancos/mm3; e
  • a LLA com invasão do SNC.

Consideram-se de muito alto risco: – a LLA que não está em remissão no final da indução ou cuja doença mínima residual avaliada por biologia molecular é significativa (> 0,001); – a LLA com t (9;22) ou com rearranjos do gene MLL (no cromossoma 11); e – a LLA acompanhada de hipodiploidia (menos de 44 cromossomas).

Os doentes destes grupos de alto e muito alto risco são sujeitos a quimioterapia mais intensiva que permite, no final, obter resultados sensivelmente idênticos ao grupo de risco standard.

Consideram-se de risco standard os outros casos, ou seja, as LLA de linhagem B com menos de 50.000 glóbulos brancos/mm3 no sangue periférico, em crianças com mais de um ano e menos de dez, e sem invasão inicial do SNC.**

Em situações especiais de muito alto risco, assim como naqueles em que se verifica recaída, poderá estar indicado o transplante alogénico de progenitores hematopoiéticos.

**A síndroma mielodisplásica(SMD) e a síndroma mieloproliferativa (SMP) correspondem a um grupo heterogéneo de alterações hematopoiéticas clonais explicando menos de 10% das doenças malignas de origem mielóide. Na SMD, que representa um estado pré-leucémico (no sentido de LMA em meses, ou anos), verifica-se hematopoiese ineficaz, maturação displásica dos progenitores mielóides da medula óssea, aumento da apoptose e hipercelularidade. Existe pancitopénia e predisposição para infecções relacionável com neutropénia. A hipercelularidade e as anomalias cromossómicas como deleção do cromossoma 5q, trissomia 8 ou monossomia 7 permitem a destrinça com anemia aplástica grave. Na SMP verifica-se abundante proliferação e maior sobrevivência dos progenitores hematopoiéticos, do que resulta elevado número de eritrócitos, leucócitos e plaquetas no sangue periférico. Neste âmbito, destacam-se as entidades trombocitémia essencial e policitémia vera associadas a mutações genéticas.

Diagnóstico das LMA

O diagnóstico das LMA é feito através da colheita de medula óssea, em regra efectuada por punção da crista ilíaca. Ao contrário do que acontece com as LLA, convencionou-se ser necessário um número de blastos superior a 20% e não a 30%, para a sua confirmação.

O procedimento para a caracterização dos blastos é semelhante em ambos os tipos de LA: estudos morfológicos, imunocitoquímicos, de fenotipagem e genéticos. A classificação das LMA é mais complexa que a das LLA, já que mais linhagens celulares podem ser afectadas, sendo a classificação morfológica FAB (Franco-Americana-Britânica) a mais usada internacionalmente: M1 e M2 (mieloblástica), M3 (promielocítica), M4 (mielomonocítica), M5 (monocítica), M6 (eritroleucemia), M7 (megacariocítica) e M0 (indiferenciada). A designação M corresponde, pois, a tipos morfológicos.

Embora os estudos de genética não tenham actualmente o impacte no diagnóstico e no prognóstico que têm nas LLA, algumas alterações são já devidamente valorizadas: t (8;21), inv (16) e t (15;17) implicam um prognóstico mais favorável, e são específicas de certos tipos de LMA; a monossomia do cromossoma 7 ou do cromossoma 5, a del (5) e o rearranjo do gene MLL associam-se a pior prognóstico e são considerados factores de alto risco.

Tratamento das LMA

Ao contrário das LLA, com o tratamento das LMA não são obtidos tão bons resultados. Globalmente, a probabilidade de cura ronda os 65%. Isto porque os blastos se revelam pouco quimiossensíveis e o aparecimento de resistências é frequente.

O número de citostáticos realmente eficazes é pequeno, reduzindo-se aos grupos das antraciclinas (doxorrubicina, daunorrubicina, idarrubicina, mitoxantrona), epipodofilotoxinas (VP16, VM26) e alguns antimetabólitos (Ara C). A terapêutica de manutenção, tão útil na generalidade das LLA, não parece ter tanto interesse nesta forma de leucemia, preferindo-se, na maioria dos centros, proceder antes a quimioterapia intensiva que se prolonga por seis a oito meses, com associações de citostáticos, alguns em altas doses, e originando longos períodos de aplasia medular.

Nalgumas formas de LMA, em função da resposta à quimioterapia, existe indicação para transplante de medula óssea.

Duas formas particulares de LMA são, contudo, excepção neste panorama pessimista.

A primeira diz respeito a crianças com Trissomia 21 (síndroma de Down) que adoecem com LMA que é, em regra, M7 (classificação FAB). Os megacarioblastos destas crianças são particularmente sensíveis ao Ara C por razões genéticas, tendo estes doentes uma elevada probabilidade de cura com quimioterapia não muito intensiva.

A segunda diz respeito à LMA M3 (promielocítica) que apresenta, quase sempre, a t (15;17), a que corresponde um arranjo genético envolvendo os genes PML e RARA. É hoje possível induzir, no início do tratamento, a maturação dos promieloblastos típicos desta forma de LMA com a administração de ácido transretinóico, o que permite reduzir o risco de coagulopatia característico da fase inicial da terapêutica, já que a destruição dos blastos induzida pelos citostáticos liberta grandes quantidades de proteínas anticoagulantes. O uso de ácido transretinóico ao longo da indução e, posteriormente, na manutenção, nesta forma particular de LMA, adquiriu grande importância permitindo uma probabilidade de cura vizinha dos 90%.

A LMA M3 é, pois, um bom exemplo dos progressos registados no tratamento das neoplasias com a utilização de fármacos que actuam, não por destruição celular como é típico dos citostáticos, mas induzindo a maturação do clone neoplásico. Esta forma de LA é também um bom exemplo da importância que a monitorização genética tem no prognóstico dos doentes, já que a fusão PML-RARA deverá deixar de ser detectada a partir de determinada fase do tratamento. A sua persistência, ou reaparecimento, prenuncia uma má evolução.

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