Na primeira edição do tratado de Clínica Pediátrica, o Professor Nuno Cordeiro Ferreira sublinhou o “trabalho hercúleo” do Professor João Videira Amaral como coordenador e autor de vários capítulos do referido tratado.
Esta nova edição, onze anos depois, é aprimorada com roupagem atualizada de alguns temas, mas, sobretudo, com novos capítulos que representando a evolução da Pediatria ao longo do tempo, mostram o rigor, ambição e conhecimentos do seu coordenador.
Sublinhavam-se na primeira edição as doenças da idade pediátrica com repercussão na idade adulta, agora, enfatiza-se a importância da programação fetal na saúde e bem-estar do indivíduo adulto.
Há uma nova abordagem na utilização de meios de diagnóstico, alguns ainda numa fase de aplicabilidade clínica recente, como é a ressonância magnética no diagnóstico pré-natal dos defeitos congénitos do sistema nervoso central.
Novos métodos de imagiologia para a orientação diagnóstica e terapêutica das cardiopatias congénitas e cardiologia de intervenção são temas novos nesta edição, num conjunto de mais de vinte capítulos originais agora acrescentados.
Nota especial para o último capítulo do terceiro volume, “clínica pediátrica e novos paradigmas”, novo nesta edição, com temas de extrema importância na clínica, também no ensino, como são a “qualidade e segurança em unidades de saúde”, ou a “simulação e ensino aprendizagem em clínica pediátrica”. Na perspetiva de aplicação na pediatria, no que concerne a assistência e a investigação, realço um capítulo original intitulado “metabolómica”, uma das novas áreas que acabam em “ómicas”, dedicada a novos biomarcadores no diagnóstico, prognóstico e efeito farmacológico na identificação e qualificação de produtos das vias metabólicas.
Felicito e agradeço ao Professor João Videira Amaral a sua dádiva de trabalho que exprime conhecimentos científicos invejáveis e conceitos éticos irrepreensíveis. As crianças de Portugal, mas também de outras paragens, como as dos países de língua portuguesa, vão beneficiar que os profissionais que as tratam utilizem este tratado para uma melhoria cognitiva, afetiva e social.
José Carlos Areias