SINÉQUIAS DOS PEQUENOS LÁBIOS

Definição e importância do problema

Esta situação consiste na união parcial ou total dos pequenos lábios vulvares, por “ponte” de tecido cutâneo delgado e mole, em geral com origem na respectiva comissura posterior, progredindo em direcção ao clítoris; consequentemente há oclusão parcial ou total da abertura da vagina.

Trata-se dum problema muito comum do ambulatório, de tipo adquirido, ocorrendo sobretudo entre os 3 meses e os 4 anos de idade, com uma frequência que se aproxima de 2% entre crianças do sexo feminino.

Etiopatogénese

Este problema é explicável por baixos níveis de estrogénios que tornam o epitélio labial susceptível à formação de aderências após traumatismo local, infecção, ou irritação por urina amoniacal, nesta última eventualidade em relação com o uso das fraldas. Dado que os níveis de estrogénios são mais elevados no recém-nascido e após os 5 anos de vida, a frequência diminui nestes períodos etários.

Manifestações clínicas e diagnóstico diferencial

Pela observação dos genitais externos observa-se a referida união dos pequenos lábios, sendo que na maioria das vezes tal anomalia é assintomática. Como resultado de certo grau de retenção da urina (que pode refluir para a vagina), poderão surgir vulvovaginite, disúria, bacteriúria assintomática e infecção urinária. Esta última poderá surgir em cerca de 20%-40% dos casos, o que obrigará a tratamento.

O diagnóstico diferencial poderá fazer-se, de acordo com o grau de aderência, com hímen imperfurado, atrésia vaginal e ambiguidade genital.

Prevenção e tratamento

Para prevenir a sinéquia dos pequenos lábios torna-se importante uma correcta higiene dos genitais externos na criança, mantendo-os limpos e secos e mudando frequentemente a fralda.

A aplicação tópica de creme de estrogénios duas vezes por dia durante período máximo de 1-2 semanas é, em geral, eficaz. Uma vez verificada a eficácia de tal medida, deverá continuar-se o tratamento com a aplicação de vaselina, ou de pasta à base de óxido de zinco, durante 1-2 meses para evitar recidiva.

Em casos especiais que não cedem ao tratamento médico, está indicada a separação activa (cirúrgica) sob anestesia.

VULVOVAGINITE

Definição

A vulvovaginite, o problema ginecológico mais frequente em idade pediátrica, é um processo inflamatório da vulva, vagina ou ambas.

Etiopatogénese e classificação

O factor predisponente mais importante do referido processo inflamatório é o baixo nível sérico de estrogénios na fase pré-pubertária que torna o epitélio vaginal atrófico e mais susceptível à invasão microbiana. Refira-se que na puberdade o nível de estrogénios aumenta, condicionando diminuição do pH/aumento da acidez ao nível da vagina. Recorda-se, a propósito, que os lactobacilos constituem a flora vaginal predominante que converte a glucose em ácido láctico, mantendo o pH entre 3,8 e 4,2.

No conceito lato de vulvovaginite são englobadas essencialmente as seguintes formas clínicas:

  • Vulvovaginite fisiológica/leucorreia fisiológica;
  • Vaginite inespecífica resultante do hipercrescimento da flora vaginal aeróbia habitual em relação com higiene deficiente;
  • Vaginose bacteriana causada por Gardnerella vaginalis associada a anaeróbios locais;
  • Vulvovaginite propriamente dita causada, quer por multiplicidade de agentes microbianos, nemátodos e diversos parasitas, quer por corpos estranhos.

Relativamente à vulvovaginite propriamente dita, quanto a agentes vivos, estão implicados mais frequentemente os seguintes: Candida, Giardia, Shigella, Staphylococcus, Streptococcus, Enterobius vermicularis, poxvírus/molusco contagioso, Sarcoptes scabei/sarna, Phthirus pubis/pediculose púbica, etc..

Manifestações clínicas e diagnóstico

Os sinais clássicos de vulvovaginite são leucorreia, eritema e prurido. Pode surgir disúria.

De acordo com o aspecto macroscópico e o cheiro da leucorreia é, em geral, possível determinar a respectiva etiologia. Assim, o aspecto purulento e cheiro fétido apontam para corpo estranho; a leucorreia sanguinolenta sugere infecção por Shigella ou Streptococcus do grupo A; o “cheiro a queijo” é a favor de infecção por Candida; o aspecto de líquido pouco espesso, acinzentado e com “cheiro a peixe” aponta para provável vaginose.

Outras etiologias prováveis decorrerão do contexto clínico, na medida em que a criança, obviamente, deve ser observada na globalidade após anamnese pormenorizada.

Para o esclarecimento etiológico importa igualmente a realização de exames complementares, tais como exame citoquímico e microbiológico/parasitológico, directo e cultural do líquido vaginal, das fezes e, eventualmente, da urina.

Prevenção e tratamento

O tratamento é etiológico; nele se incluem, claro, medidas de higiene geral (e a remoção de corpo estranho, caso se comprove). São salientadas algumas situações: na vaginite inespecífica impõe-se uma higiene perineal correcta; na vaginose está indicado o metronidazol por via oral; nas vulvovaginites por Candida estão indicados antifúngicos tópicos, por exemplo, fluconazol, nistatina; na pediculose púbica o creme de permetrim a 1%.

Prognóstico

O prognóstico é bom, sendo raras as complicações.

OBSTRUÇÃO VAGINAL BAIXA

Definição

A designação genérica de obstrução vaginal engloba as situações em que se verifica retenção de conteúdo luminal vaginal. A forma mais frequente de obstrução é a chamada obstrução vaginal baixa causada por imperfuração do hímen, defeito relacionável com ausência de regressão himenal embrionária por falência da abertura da vagina para o seio urogenital.

Outras causas de obstrução vaginal baixa incluem defeitos congénitos do desenvolvimento embrionário da vagina (raros):

  • Fusão vertical incompleta da vagina, traduzindo-se por septos vaginais longitudinais e transversos (falência de canalização completa da vagina);
  • Septos vaginais transversos;
  • Alterações da fusão lateral, por vezes associadas a útero didelfos e massa pélvica.

Manifestações clínicas e diagnóstico

A obstrução vaginal baixa é uma situação clínica que pode ser identificada nos períodos pré-natal, neonatal ou mais tardiamente.

No período neonatal, pode surgir como hidrocolpos (colecção líquida enquistada na vagina), havendo a possibilidade de compressão abdómino-diafragmática pelo efeito de massa observado.

Nos casos de manifestações mais tardias, pode esta situação manifestar-se pela associação de amenorreia, dor abdominal recorrente e massa abdominal nos quadrantes inferiores.

Em relação com obstrução vaginal por alterações da fusão lateral, pode observar-se massa pélvica relacionada com acumulação de fluido menstrual retrógrado por oclusão da hemivagina.

Um exame perineal cuidadoso viabiliza de imediato o diagnóstico.

O estudo ecográfico permite delinear a imagem de distensão uterovaginal, o seu efeito de massa e, também, eventual compressão extrínseca sobre a árvore excretora renal.

Tratamento

A obstrução vaginal baixa tem sempre indicação cirúrgica em qualquer idade. A intervenção consiste em realizar uma incisão no hímen, o que permitirá a drenagem passiva do conteúdo retido.

No período neonatal, este procedimento pode constituir uma urgência pela possibilidade de a distensão uterovaginal, comprimindo o diafragma, originar um quadro de síndroma de dificuldade respiratória.

Seguimento

O seguimento clínico é fulcral para a manutenção da permeabilidade vaginal por meio de dilatações progressivas e periódicas (mas cuidadosas) por especialista com experiência.

Na pré-adolescência torna-se fundamental a realização de exame ginecológico e a verificação de permeabilidade himenal.

Prognóstico

O prognóstico da obstrução vaginal de natureza himenal é muito bom, no caso de não haver associação com outros defeitos génito-urinários.

OBSTRUÇÃO VAGINAL ALTA

Definição

Nesta forma de obstrução vaginal, mais complexa que a anterior, verifica-se a existência de um sinus urogenital (SUG), sinal de alteração do desenvolvimento embrionário. O referido SUG caracteriza-se pela existência dum canal comum que resulta, quer da falência do desenvolvimento distal dos dois canais de Muller, quer da ausência do desenvolvimento da placa ureter-vaginal.

Manifestações clínicas e diagnóstico

A obstrução vaginal alta manifesta-se classicamente no período neonatal sob a forma de hidrocolpos ou hidromucocolpos (acumulação de muco ou fluido sem sangue na vagina) muito volumoso.

O exame físico dos genitais externos evidencia, ao nível do períneo, um orifício único (SUG), ausência de uretra feminina normal e massa hipogástrica volumosa, relacionável com dilatação vaginal e uterina (hidrocolpos/hidromucocolpos).

Tratamento

A presença de hidrocolpos muito volumoso tem indicação operatória de urgência pela compressão diafragmática com consequente repercussão na função respiratória.

Assim, o tratamento de urgência consiste em drenar o conteúdo vaginal por via suprapúbica; posteriormente, de modo programado, é necessário reconstruir o tracto genital inferior, separando-o por completo do SUG, que será convertido em nova uretra.

Seguimento

Nesta situação clínica, o seguimento rigoroso na primeira infância e a manutenção dum programa de dilatações progressivas são fundamentais para evitar o desenvolvimento de estenose da uretra e do tracto genital inferior reconstruído.

Prognóstico

O prognóstico final desta anomalia depende da existência doutros defeitos génito-urinários associados. A duplicação uterina (utero didelfus) e a septação vaginal estão geralmente associadas a perturbações da fertilidade. A capacidade de continência urinária e a função do colo vesical original podem ser afectadas pela neouretra reconstruída utilizando o SUG.

Quer a duplicação uterina, quer a septação vaginal, poderão necessitar de correcção cirúrgica ulterior; por esta razão, o prognóstico delineado previamente poderá modificar-se.

SÍNDROMA DE MAYER-ROKITANSKY-KUSTER-HAUSER

Definição e etiopatogénese

A chamada síndroma de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser integra um conjunto de anomalias constituídas por: – agenésia vaginal; – útero e trompas rudimentares; – vulva e ovários anatomicamente normais. Trata-se duma situação que surge em RN com a frequência compreendida entre 1/4.000 e 1/5.000, resultante de defeito grave do desenvolvimento bilateral das estruturas müllerianas; a causa é desconhecida.

O Quadro 1 sintetiza os principais problemas clínicos associados a defeitos do desenvolvimento das estruturas müllerianas.

QUADRO 1 – Problemas clínicos relacionados com defeitos do desenvolvimento das estruturas müllerianas.

• Hidrossalpinge (acumulação de fluido seroso nas trompas de Falópio)
• Hidrocolpos (acumulação de muco ou fluido sem sangue na vagina)
• Hematométrio (acumulação de fluido menstrual no útero por atrésia do colo uterino ou aplasia total da vagina)
• Útero unicórneo ou unicorne (defeito estrutural do útero resultante da não descida de um ducto mülleriano)
• Útero bicórneo ou bicorne (defeito estrutural do útero consistindo em 1 cervix e 2 cornos uterinos)
• Útero didelfos (defeito estrutural do útero consistindo respectivamente em 2 cervix e 2 cornos uterinos)

Manifestações clínicas e diagnóstico

A forma de apresentação clássica é ausência de menarca no contexto de fenótipo e cariótipo femininos normais. Tal equivale a dizer que, em geral, o diagnóstico é tardio e ocasional na ausência de exame perineal sistemático na primeira infância: o achado do exame objectivo é ausência de permeabilidade do introito vaginal. O desenvolvimento sexual secundário é normal, uma vez que os ovários são normofuncionantes.

Pode haver anomalias associadas, mais frequentemente do tracto urinário (agenésia renal e ureteral: ~25%) e esqueleto (vértebras: ~10%).

Tratamento

Esta anomalia congénita tem sempre indicação operatória formal devido às implicações fisiológicas e psicológicas associadas ao desenvolvimento sexual da mulher.

Considera-se o período durante a adolescência o recomendado para a reconstrução vaginal.

Nos casos de atrésia vaginal distal, com útero não totalmente rudimentar e com endométrio funcionante, é necessário criar uma vagina permeável para se proceder à drenagem do conteúdo uterino. Nos casos de agenésia total da vagina, e de útero completamente rudimentar e não funcionante, a criação duma vagina destina-se a permitir à doente uma função sexual normal.

A vagina pode ser reconstruída de acordo com várias técnicas: utilizando a pele perineal na forma de retalhos pediculados; ou um molde de pele da face interna da coxa em enxerto livre; ou ainda utilizando um segmento pediculado de cólon sigmóide.

Seguimento

O seguimento clínico da reconstrução vaginal deve ser muito rigoroso para prevenir as complicações mais comuns associadas às diversas técnicas enunciadas: necrose isquémica dos tecidos ou a infecção pós-operatória. Todas as técnicas referidas necessitam de longo período de dilatações vaginais para evitar a estenose cicatricial pós-operatória.

Prognóstico

Na ausência de agenésia renal associada, o prognóstico é bom. Excluindo esta associação, o mesmo é, então, dependente do sucesso da reconstrução vaginal. Nos casos de útero não rudimentar poderá haver complicações associadas a fertilidade. Nos casos de trompas e útero completamente rudimentares e não funcionantes, isto é, sem endométrio sensível ao ciclo hormonal, a infertilidade é a regra.

MASSAS ANEXIAIS QUÍSTICAS NO RN

Importância do problema e definição

Os tumores ginecológicos mais frequentes na criança são de origem ovárica, apresentando-se geralmente como massas abdominais. Os tumores ováricos correspondem a cerca de 1% de todas as neoplasias malignas na idade pediátrica, sendo que cerca de 8% de todos os tumores malignos abdominais são de origem ovárica. Por outro lado, cerca de 10%-30% dos tumores ováricos operados na infância e adolescência são malignos.

Os quistos funcionais do ovário raramente persistem para além do período neonatal.

Os quistos foliculares do ovário podem ser demonstrados desde o nascimento até à puberdade, desaparecendo espontaneamente.

As chamadas massas anexiais quísticas do RN, sintetizadas nesta alínea, são alterações estruturais ováricas quísticas, foliculares ou luteínicas, cujo desenvolvimento se relaciona com estimulação hormonal materna. Actualmente, a sua incidência está a aumentar, o que pode ser explicado pela utilização cada vez maior dos estudos ecográficos realizados no âmbito da vigilância pré-natal; neste contexto, as estatísticas apontam para uma frequência de identificação em cerca de 34% nos RN do sexo feminino.

Manifestações clínicas e diagnóstico diferencial

Na grande maioria, as massas anexiais quísticas correspondem a um problema clínico assintomático, sendo o respectivo diagnóstico quase sempre ecográfico.

Surgem manifestações nas seguintes circunstâncias:

  1. Torção ovárica (o que acontece em ~25% das massas ováricas benignas);
  2. Fenómenos hemorrágicos intra-quísticos;
  3. Ruptura ou oclusão intestinal por compressão extrínseca do intestino pelos quistos;
  4. Aderência ovárica à parede duma ansa intestinal.

As manifestações originando dor levam a choro e irritabilidade. A palpação abdominal poderá detectar massa, e o perímetro abdominal pode estar aumentado.

Nos casos assintomáticos, a ecografia ocasional evidencia imagens características redondas, de parede fina e bem delimitada, homogéneas e não ecogénicas no interior do ovário. Nos casos de quistos foliculares verificam-se imagens arredondadas, não ecogénicas; o parênquima do ovário está tumefacto, com aumento da espessura da camada folicular do cótex.

Nas formas sintomáticas (a que correspondem os mecanismos atrás descritos de 1 a 4), a ecografia evidencia parede quística espessa e ecogénica, com zona interior não homogénea, septos fibrosos e/ou interface sólido – conteúdo líquido. A ecografia com doppler de cor e a laparoscopia confirmam o diagnóstico.

O diagnóstico diferencial das referidas massas anexiais é feito fundamentalmente com: quistos do úraco; duplicação quística intestinal; hidrocolpos; e linfangioma intra-abdominal.

Tratamento

As massas anexiais têm indicação cirúrgica a qual está dependente da sua dimensão, da presença de manifestações clínicas acompanhantes e do padrão imagiológico ecográfico.

Em quistos de dimensão > 40 mm, em que o risco de torção é mais provável, deverá ser realizada uma punção aspirativa do mesmo, ou ressecção, com conservação do tecido ovárico associado.

Na presença de sintomatologia atribuível directamente a complicações associadas à lesão quística, a indicação operatória é indiscutível.

Não existe, no entanto, consenso sobre a indicação cirúrgica em quistos assintomáticos, cujos sinais ecográficos se tenham modificado, devendo cada caso ser analisado especificamente.

Seguimento

O estudo evolutivo até ao primeiro ano de vida é muito importante, uma vez que está comprovada a elevada taxa de lesões que regridem espontaneamente durante esse período.

A avaliação ecográfica periódica e programada da lesão, assim como a vigilância laboratorial por meio de marcadores bioquímicos tumorais (CA 25, alfa-fetoproteína, gonadotrofina humana coriónica, lactato desidrogenase, estradiol, testosterona, embrioglicano F9, inibina, substância inibidora mülleriana, etc.) permitem distinguir estas lesões, de lesões sólidas que, em geral, não regridem espontaneamente.

Prognóstico

O prognóstico é geralmente bom. As lesões heterogéneas sólidas, constituem uma raridade neste grupo etário, sendo que as lesões puras têm, em geral, regressão espontânea. A ressecção cirúrgica, com conservação do tecido ovárico é, em geral, curativa.

BIBLIOGRAFIA

Ashcraft KW, Holcomb GW III, Murphy JP (eds). Pediatric Surgery. Philadelphia: Elsevier Saunders, 2005

Brandt M, Luks, F, Garel L. Surgical indications in antenatally diagnosed ovarian cysts. J Ped Surg 1991; 26: 276-282

Cloherty JP, Eichenwald EC, Strak AR. Manual of Neonatal Care. Philadelphia; Lippincott Williams & Wilkins, 2008

Coran AG. Pediatric Surgery. Philadelphia: Elsevier, 2013

Croitu D, Aaron, L, Laberge J. Management of complex ovarian cysts presenting in the first year of life. J Ped Surg 1991; 26: 1366-1368

Cromblehome T, Craigo S, Alton M. Fetal ovarian cyst decompression to prevent torsion. J Ped Surg 1997; 32: 1447-1499

Joishy M, Ashtekar CS, Jain A, et al. Do we need to treat vulvovaginitis in prepuberal girls? BMJ 2005; 330; 186-188

Kass-Wolff JH, Wilson EE. Pediatric gynecology: assessment strategies and common problems. Semin Reprod Med 2003; 21: 329-338

Kliegman RM, StGeme JW, Blum NJ, Shah SS, Tasker RC, Wilson KM (eds). Nelson Textbook of Pediatrics. Philadelphia: Elsevier, 2020

Kline MW, Blaney SM, Giardino AP, Orange JS, Penny DJ, Schutze GE, Shekerdemien LS (eds). Rudolph’s Pediatrics. New York: Mc Graw Hill Education, 2018

Kokotos F. Vulvovaginitis. Pediatr Rev 2006; 27: 116-117

Koslowski K. Ovarian masses. Adolesc Med 1999; 337-350

McInerny T(ed). Tratado de Pediatria/American Academy of Pediatrics. Madrid: Panamericana, 2010

MacDonald MG, Seshia MMK (eds). Avery’s Neonatology: Pathophysiology and Management of the Newborn. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins, 2015

Moro M, Málaga S, Madero L, (eds). Cruz Tratado de Pediatria. Madrid: Panamericana, 2015

Luzzatto C, Midrio P, Suma V. Neonatal ovarian cysts: management and follow-up. Pediatr Surg Int 2000; 16: 56-59

Oldham KT, Colombani PM, Foglia RP (eds). Principles and Practice of Pediatric Surgery. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2005

O’Neill JrJA, Rowe MI, Grosfeld JL, et al. Pediatric Surgery. Philadelphia: Elsevier, 2017

Pomeranz A, Sabnis S. Misdiagnosis of ovarian masses in children and adolescents. Pediatr Emerg Care 2004; 20: 172-174

Sanfilippo JS, Muram D, Dewhurst J, et al (eds). Pediatric Adolescent Gynecology. Philadelphia: Saunders, 2001

Styed TS, Braverman P. Vulvovaginitis in adolescents. Adolesc Med Clin 2004; 15: 235-251